A literatura erótica feita por e para mulheres

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A literatura erótica feita por e para mulheres

Mari Sales quebra paradigmas ao escrever romances picantes e cheios de empoderamento feminino

Ela tem 100 milhões de páginas lidas pelo Kindle Unlimited, 26 best-sellers na Amazon e mais de 100 títulos na plataforma. Mari Sales é um dos nomes de peso da nova geração de autoras HOTs do Brasil.

Seu último lançamento é o segundo livro da série Tríade Moto Clube, Victor“Dei continuidade a histórias de mulheres que ocupam cargos predominantemente masculinos. O pano de fundo continua com as intrigas entre os motos clubes”, explica Mari sobre a trama que começou com o primeiro volume, Valentine.

Na entrevista a seguir, Mari revela mais detalhes sobre suas inspirações e os desafios de escrever romances eróticos no país. Confira:

Por que você decidiu entre tantos gêneros escrever este? Teve algum escritor ou escritora como inspiração?

Mari Sales: O gênero romance romântico é meu preferido como leitora. Devorei muitos livros, dentre eles, os que tinham conteúdo adulto. Hot. Além de ser uma forma ousada de se expressar, é também um meio de me libertar dos pudores e preconceitos, sem desrespeitar. Lendo o gênero e também escrevendo, me tornou mais tolerante e compreensiva com os assuntos cotidianos e familiares.
Não tive uma autora específica como inspiração, mas o gênero romance como um todo. Gosto da trajetória da carreira da Barbara Cartland e na imensidão de livros publicados.

Quando e como surgiu sua paixão pela escrita?

Mari Sales: Em 2016, ajudando um amigo a publicar seu livro na Amazon, percebi que eu também poderia. Escrevi a história sobre o meu primeiro parto (Completa: O nascimento de uma mãe) e me permiti dar vida a tantas outras histórias que habitavam minha mente. Sempre fui muito ativa, a TI exigia soluções criativas. Depois de me aprofundar na carreira de escritora, recordei que eu sempre gostei de escrever: diários, fanfics e redação. Resgatei essa paixão antiga, que ficou hibernada até o momento certo de dominar, há cinco anos.

Quais são os desafios de escrever para o gênero erótico no Brasil?

Mari Sales: Lidar com o julgamento é um grande desafio. A leitura, há muito tempo, foi dominada por intelectuais e grandes pensadores. Ler era sinônimo de conhecimento acadêmico. Atualmente, não precisamos apenas focar nas leituras didáticas, como também no entretenimento. E nem por isso é uma leitura melhor ou pior, mas com objetivos diferentes.

Como surgiu a inspiração para criar a Tríade Moto Clube? Qual foi a motivação?

Mari Sales: Eu queria um livro único, sobre um tema que poucas ou ninguém tinha falado. A presidente de um Moto Clube continua sendo algo único meu, a mulher em posição predominante masculina. As outras histórias seguem nessa “inversão de clichê”, muitas vezes, é a heroína que salva o herói. Queria me destacar e contar um pouco da minha experiência pessoal na ficção, sendo uma mulher trabalhando na TI, local predominante masculino.

Algum personagem do livro foi inspirado em sua vivência?

Mari Sales: Trago sempre parte do que vi, ouvi ou vivi nas minhas histórias. A Tríade Moto Clube tem muito a ver com a profissão inicial que escolhi. Ser a minoria no meio de tantos homens foi desafiador, mas nunca me fez desanimar. Era minha motivação e serviu de inspiração.

Quais são seus próximos projetos?

Mari Sales: Sou conhecida pelos dedos ágeis, então, todo mês eu trago uma novidade para o leitor. Tenho planos para um romance universitário, ambientado na universidade que me graduei e um chefe da máfia excêntrico, em uma cidade fictícia. Também tenho livros a serem publicados em parceria com a autora Jéssica Macedo. Usamos o mesmo universo, o mesmo tema e cada uma escreve a sua história, unificando os leitores e trazendo diversidade no meio das semelhanças.

Você fez alguma pesquisa para escrever o livro, qual? Quanto tempo levou para escrevê-lo?

Mari Sales: Minha pesquisa foi a minha vivência, acho muito rica as nossas histórias. Sou apaixonada por motos desde criança, assisto ao esporte e vejo filmes sempre que possível com essa temática. Também li muitos livros com motoqueiros/motociclistas, depois cheguei na minha versão de Moto Clubes.

Como você define o seu público-leitor?

Mari Sales: Para uma autora ágil, leitores vorazes. Tenho jovens universitárias que me acompanham (devoram o livro em um dia) até senhoras aposentadas, com seus filhos já criados (que degustam conforme vai sobrando tempo). Por meus livros terem uma linguagem mais fácil e serem objetivos, é a leitura ideal para quem vive apressada, mas quer ter um momento relaxante com a ficção.

Você percebe um amadurecimento na literatura HOT no Brasil? Explique.

Mari Sales: Há uma grande expansão nesse nicho, por conta das novas formas de publicação e autopublicação na internet. O livro digital nos dá mais discrição e liberdade, além de ter um preço mais acessível que o livro físico. Capas sensuais não intimidam, não há necessidade de explicar que está lendo um livro hot, se você tem o celular na mão. Há quem lê e não se importa de falar sobre o gênero, mas ainda existe quem tem medo do julgamento e, estando na internet e na privacidade do seu dispositivo eletrônico, ninguém precisará saber. O Hot é libertador, tanto para ler, quanto para escrever. A intimidade de um casal faz parte de relacionamento entre adultos e por muito tempo, era um tabu que não poderia se discutir.

Sobre a autora:

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Mari Sales é conhecida pelos dedos ágeis, coração aberto e disposição para incentivar as amigas. Envolvida com a Literatura Nacional desde o nascimento da sua filha, em 2015, escutou o chamado para escrever suas próprias histórias e publicou seu primeiro conto autobiográfico em junho de 2016, “Completa”, firmando-se como escritora em janeiro de 2017, com o livro “Superando com Amor”. Filha, esposa e mãe de dois, além de ser formada em Ciência da Computação, com mais de dez anos de experiência na área de TI, dedica-se exclusivamente à escrita desde julho de 2018 e publicou mais de 100 títulos na Amazon – entre contos, novelas e romances.

Relações Públicas, atuante em assessoria de imprensa e gestão de conteúdo para internet. Pós graduada em Educação Sexual pelo ISEXP – Instituto Brasileiro de Sexualidade e Medicina Psicossomática da Faculdade de Medicina do ABC, atendeu a várias empresas e profissionais do ramo erótico de 2002 até atualidade, estando inclusive a frente da sala de imprensa da Erótika Fair de 2002 a 2010. Também é certificada em Inbound Marketing pelo HubSopt Academy.

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