Por Karina Brum
Acredito que conhecimento sempre é bem-vindo. Por isso, gostaria de aliar aqui conhecimento científico x empoderamento cognitivo. O 1° vibrador registrado na história foi inventado por volta de 1880, pelo médico britânico Joseph Mortimer Granville. Originalmente, a ideia era a de criar um aparelho eficaz que auxiliasse o tratamento das neuralgias ou das dores musculares, ocasionadas por algum tipo de trauma. E somente a partir de 1920 essas máquinas ganharam formatos mais ergonômicos e até mesmo luxuosos para poderem ser comercializadas de forma doméstica. Sabemos que esse acessório terapêutico sempre fica permeado entre tabus e preconceitos, devido a desinformação sobre o real potencial contido nele. E por esse motivo, a comunidade médica anda promovendo uma revolução em busca da promoção da saúde sexual e do bem-estar. Esse time multiprofissional, reúne ginecologistas, urologistas, fisioterapeutas pélvicos e psicólogos especializados em sexualidade que lutam bravamente para fortalecer o uso medicinal dos vibradores em diferentes settings terapêuticos.
Dentre os benefícios, vou enumerar alguns que são fundamentais para a prevenção da nossa saúde mental e sexual. Lá vai:
- Autoestimulação é a ferramenta segura e saudável de conhecer nosso corpo na jornada para sentir e entender as respostas ao prazer. O uso de vibradores ajuda as pessoas no processo de atingir o orgasmo. Essa percepção corporal/sensorial facilita a resposta orgástica, garantindo ao cérebro um verdadeiro baile de hormônios como a dopamina, ocitocina, serotonina e endorfinas.
- Reabilitação pós-parto: muitas mulheres enfrentam alterações hormonais infernais que afetam a produção natural da lubrificação vaginal, o desejo sexual e o tônus da musculatura do assoalho pélvico. O uso dos vibradores funciona como ferramenta auxiliar, desencadeando um aumento da circulação sanguínea na região íntima, ativando todos os músculos envolvidos. Isso promove o processo da produção de colágeno e lubrificação protetiva habitual da mulher.
- Tratamento de disfunções sexuais, como a dispareunia (dor na penetração), vaginismo (contrações involuntárias dos músculos vaginais), anorgasmia psicogênica, disfunção erétil psicogênica ou fisiológica.
- Redução do estresse. Entenda que o ciclo do estresse inicia quando vivemos situações onde sentimos raiva, frustração, irritabilidade, perca do controle ou luto – e diante desses processos, produzimos de forma desregulada uma grande escala de hormônios como o cortisol e adrenalina (que são super uteis quando necessitamos seguir nossos instintos de luta ou fuga) que se manifestam no corpo pelos sintomas de dores nos músculos da cervical ou lombar, enxaquecas, dores ou queimação do estômago, diarreias ou cólicas. Quando atingimos o orgasmo, liberamos “antídotos” (hormônios do prazer) que regulam o equilíbrio e restauram a homeostase, desencadeando reações saudáveis como o aumento do bom humor e o fortalecimento do sistema imunológico.
Enfim, o uso de vibradores ou massageadores do prazer, devem fazer parte de uma rotina de autocuidado, que resultará no relaxamento e bem-estar emocional e sexual.
Beijo da Ká!