Atualmente, muito se fala de sexo espiritual, de sagrado feminino e sagrado masculino e os diversos caminhos que podemos percorrer rumo à nossa conexão com o Sagrado.
Temos uma forma particular e acadêmica de tratar o assunto e temos visto uma certa confusão de conceitos que se reforçados, ao invés de nos ajudar, nos afastarão do Sagrado, em direção ao nosso ego, aumentando a sensação de separação.
Sagrado masculino e Sagrado feminino são nomes que damos a energias. Toda energia masculina do nosso Universo é chamada de “Deus” e toda energia feminina, por sua vez, chamada de “Deusa”.
Deus e Deusa são energias presentes em toda a criação e não devem ser consideradas sinônimos de homem e mulher. Além de reforçar nossa posição já institucionalizada de superioridade perante a natureza, isso pode atrapalhar nossa autoaceitação e muito, nossa sexualidade.
As culturas e religiões mais ligadas à natureza entendem o Sagrado masculino/Deus e o Sagrado feminino/Deusa como opostos complementares e presentes em toda a criação, inclusive nos seres humanos.
Em algum momento da história ocidental, fomos levados a acreditar que a natureza está à nossa disposição e que atitudes mais ativas são melhores do que as passivas e aí se deu um grande nó, porque ao assumir esses valores, todos nós, homens e mulheres adotamos uma postura que podemos chamar de machista, sendo que ela valoriza os aspectos masculinos da criação, como conquistar e dominar.
Na Criação, os aspectos mais passivos, como conter e gerar são ligados à Deusa e aspectos mais ativos como semear e proteger, ligados ao Deus, porém, esses aspectos estão dentro de todos nós. Nenhuma criatura é 100% Deusa ou 100% Deus, todos somos uma mistura dessas energias, a quem chamamos de Sagrado.
A sexualidade humana é um amplo espectro de possibilidades, poderíamos até considerar que cada um de nós, sendo únicos, temos uma sexualidade única também.
Para a visão holística, todos somos seres energéticos e espirituais, “vestindo” um corpo material que nos proporciona a porção “selvagem” tão necessária para uma sexualidade completa.
Ainda nessa visão, nosso corpo é parte da natureza e a serve e aí vai a primeira recomendação para a conexão com o Sagrado… aceitar que somos parte de um todo e que esse todo tem diferentes ciclos e aspectos, influenciados pela Lua, pelo Sol, pelos 4 elementos… por tudo que nos cerca.
A partir daí, identificar dentro de nós essas influências, aceitá-las e expressá-las de forma adequada harmoniza o conjunto corpo-alma, masculino-feminino dentro e fora de nós.
Técnicas diversas de sexo espiritual podem ajudar muito nesse processo de assumir, reconhecer e expressar adequadamente, mas sem dúvida, o primeiro passo é entender que masculino e feminino são opostos complementares e que, podemos ao mesmo tempo, ter uma relação sexual totalmente selvagem e prazerosa fisicamente e estar totalmente em conexão com o que há de mais divino.
Esse é nosso recado dessa semana: homens não são o Deus, mulheres não são a Deusa, todos temos deus/deusa interiores que podem oferecer à nossa vida sexual um cardápio muito mais saudável e conectado ao todo se abandonarmos a visão de superioridade e separação.
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