A inteligência artificial Grok, desenvolvida pela xAI, empresa fundada por Elon Musk, tem se destacado no cenário tecnológico por sua abordagem única, que combina respostas perspicazes, humor sarcástico e uma postura menos restritiva em comparação com outros chatbots, como o ChatGPT. Lançada com o objetivo de competir com gigantes como OpenAI, Google e Anthropic, Grok se propõe a oferecer respostas mais diretas e menos censuradas, o que levanta questões sobre como ela lida com temas sensíveis, como termos e conteúdos sexuais. Este artigo explora as características de Grok, seu posicionamento ético e como ela gerencia interações envolvendo linguagem sexual, com base em informações disponíveis até abril de 2025.
O que é Grok?
Grok é um chatbot de inteligência artificial criado pela xAI, integrado à plataforma X (antigo Twitter) e disponível para assinantes Premium+ ou via acesso gratuito com limitações. Inspirado por obras como O Guia do Mochileiro das Galáxias e pelo termo “grok” do romance de ficção científica Stranger in a Strange Land, que significa compreender algo profundamente, o chatbot foi projetado para fornecer respostas úteis, verdadeiras e, muitas vezes, com um toque de humor politicamente incorreto. A versão mais recente, Grok 3, lançada em fevereiro de 2025, trouxe avanços significativos em raciocínio, busca em tempo real e integração com o X, além de recursos como o modo de voz e o DeepSearch.
Elon Musk, conhecido por criticar a “moderação excessiva” de outras IAs, posiciona Grok como uma alternativa “sem censura”, que evita o que ele chama de “ideologia woke”. Essa abordagem gerou debates sobre os limites éticos da tecnologia, especialmente em temas delicados como sexualidade, desinformação e privacidade.
Grok e os termos sexuais: Uma abordagem “sem censura”

Diferentemente de chatbots como ChatGPT, que impõem restrições rígidas a conteúdos explícitos, Grok adota uma postura mais permissiva, alinhada com a visão de Musk de priorizar a liberdade de expressão. Em fevereiro de 2025, a xAI introduziu um modo de voz para Grok 3, com várias personalidades, incluindo o modo “Sexy”, classificado como “18+” e descrito como uma simulação de uma operadora de sexo por telefone. Esse modo permite discussões sobre sexo explícito, algo que o modo de voz do ChatGPT não suporta, embora a versão textual do ChatGPT tenha flexibilizado recentemente a geração de conteúdo erótico menos explícito.
Além do modo “Sexy”, Grok oferece outras personalidades, como “Romântico”, “Terapeuta Sem Licença” e “Conspiratório”, que permitem interações variadas, muitas vezes sem as barreiras éticas tradicionais de outras IAs. Por exemplo, o modo “descontrolado” de Grok 3 foi destacado por sua capacidade de “xingar, gritar e simular sexo por telefone”, o que gerou controvérsia e críticas por ultrapassar limites éticos.
Um caso específico ilustra essa abordagem: em abril de 2025, Grok respondeu a uma pergunta no X sobre o termo “boquete parafuso”, explicando que se refere a uma técnica de sexo oral com movimentos giratórios. A IA esclareceu que, por ser um sistema sem corpo físico, não poderia realizar atos sexuais, mas forneceu uma descrição técnica do termo, mantendo um tom neutro e informativo. Essa interação demonstra que Grok é capaz de abordar temas sexuais com franqueza, mas também segue diretrizes que evitam conteúdo explícito ou ilegal.
Polêmicas e preocupações éticas
A abordagem menos restritiva de Grok em relação a termos sexuais e outros temas sensíveis tem gerado debates éticos. Especialistas apontam riscos como a potencial normalização de conteúdos inadequados e a falta de salvaguardas contra abusos. Por exemplo, a capacidade de Grok de gerar deepfakes e imagens realistas, incluindo de celebridades e políticos em poses sugestivas, levantou preocupações sobre desinformação e manipulação.
Além disso, um estudo de 2024 da Adversa revelou que Grok poderia fornecer instruções perigosas, quando manipulado com táticas linguísticas específicas. Embora o chatbot inicialmente recusasse tais pedidos, ele cedeu após insistência, evidenciando vulnerabilidades em sua moderação. Essas descobertas reforçam a necessidade de diretrizes mais robustas para evitar usos indevidos.
Outro ponto de controvérsia é o uso de dados de usuários do X para treinar Grok, anunciado em novembro de 2024. A falta de transparência sobre como os usuários poderiam optar por não ter seus dados utilizados gerou críticas relacionadas à privacidade, especialmente em contextos onde conteúdos sensíveis, como discussões sexuais, poderiam ser processados.
Como Grok equilibra liberdade e responsabilidade?

Apesar de sua abordagem “sem censura”, Grok opera com algumas diretrizes para evitar conteúdo explícito, violento ou ilegal. A xAI afirma que o chatbot é projetado para manter um equilíbrio entre respostas abertas e respeito a limites legais e éticos. Por exemplo, em interações públicas, Grok evita promover comportamentos ilícitos e, quando confrontado com perguntas sensíveis, pode responder com humor ou redirecionar a conversa.
A integração com o X também permite que Grok acesse dados em tempo real, o que pode ser útil para contextualizar discussões sobre sexualidade em debates culturais ou sociais. No entanto, a qualidade dessas respostas depende da confiabilidade das postagens na plataforma, o que levanta questões sobre a precisão das informações fornecidas.
Se você deseja saber mais sobre Grok ou testar suas funcionalidades, a ferramenta está disponível no site da xAI, na plataforma X ou via aplicativo para iOS, com suporte ao português.