De acordo com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), vinculada à OMS (Organização Mundial da Saúde), o câncer do colo do útero é a principal causa de morte entre mulheres na América Latina e no Caribe.
Apesar de ser evitável, esse é o quarto tipo de câncer mais comum e mata 35,7 mil mulheres a cada ano nas Américas, sendo que a maioria desses casos (80%) ocorre na América Latina e no Caribe. Em 2020, mais de 9 mil pacientes foram a óbito por esse tipo de tumor, no Brasil, segundo o Globocan/OMS.
Aproximadamente uma mulher morre a cada 60 minutos por causa do câncer de colo de útero no Brasil. O câncer do colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Em 2017, a doença levou a óbito 6.385 mulheres, e só em 2020, foram identificados 16.590 novos casos, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Dr. Leopoldo Cruz Vieira, ginecologista do Hospital Hsanp, explica que uma das causas da doença é a infecção do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos), que, em alguns casos, pode evoluir para câncer.
A probabilidade de infecção por HPV em algum momento da vida é de 91,3% para homens e 84,6% para mulheres. Mais de 80% das pessoas de ambos os sexos contraem o vírus, antes dos 45 anos de idade.
“É importante destacar que algumas ações podem aumentar o risco de se contrair a doença,
como o início precoce da atividade sexual, o tabagismo e o uso prolongado de anticoncepcionais”, completa o especialista.
A prevenção é feita através da vacinação e do exame preventivo Papanicolau, que deve ser feito periodicamente por mulheres a partir dos 25 anos e é disponibilizado nos postos e unidades de saúde da rede púbica que tenham profissionais capacitados.
“O câncer do colo do útero tem um grande potencial de prevenção e cura se diagnostico a tempo. Sintomas podem servir de alerta, entre eles sangramento vaginal após a relação sexual, corrimento vaginal de cor escura e com mau cheiro, e em estágios mais avançados, hemorragias,
dores lombares e abdominais, perda de apetite e de peso. Uma ótima opção para a prevenção da doença é a vacina, que se destina a jovens, principalmente antes inicias as atividades sexuais” recomenda Dra. Márcia Araújo, ginecologista do DOCWAY.
Campanha pela Vacinação
Com a campanha “Câncer por HPV: O Brasil pode ficar sem”, o Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), alerta a população para a importância da vacinação de adolescentes contra esse vírus.
Por meio dessa campanha, o Instituto LAL visa engajar adolescentes e suas famílias a aderirem à imunização contra o vírus, que causa diversos tipos de câncer, com destaque para o de colo do útero.
Com a pandemia, nunca se falou tanto em imunização e o Brasil se tornou um exemplo mundial na vacinação contra a covid-19.
Por outro lado, muitos esquecem que há mais de 20 anos já existe uma vacina contra o câncer e que é oferecida gratuitamente na rede pública, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, mas há pouca adesão por parte da população.
O Instituto destaca que esse é um dos poucos tipos de câncer que pode ser evitado e erradicado, com a imunização dos adolescentes.
Um dos exemplos é o que tem sido feito em Ruanda, país africano que há mais de 10 anos implementou um programa nacional de vacinação de meninas contra o HPV, que atingiu a cobertura vacinal de mais de 90% da população.
A vacina HPV é capaz de proteger contra várias doenças causadas pelo vírus, como verrugas genitais, câncer de vulva e vagina, de pênis, ânus, orofaringe e boca.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente a vacina contra o HPV para meninos de 11 a 14 anos; meninas de 9 a 14 anos; mulheres imunossuprimidas – com o sistema imunológico fragilizado por HIV/Aids, transplantes e cânceres – de 9 a 45 anos; e homens imunossuprimidos, entre 9 e 26 anos de idade.
A campanha “Câncer por HPV: o Brasil pode ficar sem” tem o apoio da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), revista Pais & Filhos e Instituto Palavra Aberta, criador do Educa Mídia.
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