Alfabetização Sexual: uma gostosa jornada

alfabetização-sexual-karina-brum

Alfabetização Sexual: uma gostosa jornada

Por Karina Brum

A sexualidade é um dos impulsos fundamentais por trás dos sentimentos, pensamentos e comportamentos de todos. Ela define os meios de reprodução biológica, descreve as representações psicológicas e sociológicas de si mesmo e orienta a atração de uma pessoa pelos outros. Além disso, molda o cérebro e o corpo para a busca do prazer. A frase: “O sexo faz o mundo girar” nunca fez tanto sentindo. O ato gera bebês que criam laços, que sorriem; quando adolescentes eles flertam e quando se tornam adultos, fazer sexo pode reiniciar o ciclo e novamente os bebês nascem.

A sexualidade e o sexo são abordados nos livros sagrados das grandes religiões do mundo e se infiltra em todas as partes da sociedade. Influencia a maneira como nos vestimos, brincamos e falamos. De muitas maneiras, o sexo define quem somos. É tão importante que o eminente neuropsicólogo Karl Pribram ( 1958 ) descreveu o sexo como um dos quatro estados básicos de impulso humano. Os estados de impulso nos motivam a atingir objetivos. Eles estão ligados à nossa sobrevivência. De acordo com o autor, alimentar-se, lutar, fugir e sexo são os quatro impulsos por trás de cada pensamento, sentimento e comportamento. Como esses impulsos estão tão intimamente associados à nossa saúde psicológica e física, presumimos que as pessoas os estudariam, entenderiam e os discutiriam abertamente. Mas a realidade da nossa sociedade, ainda terá um longo processo para tornar a temática discutida de forma natural.

É importante saber que os princípios universais de prazer e os comportamentos sexuais x consentimento estão interligados. O consentimento é a base sobre a qual a atividade sexual precisa ser construída. Compreender e praticar o consentimento empático requer alfabetização sexual e a capacidade de comunicar desejos e limites de forma eficaz, bem como respeitar os parâmetros dos outros.

A ideia é trazer reflexões sobre saber respeitar e sobre fazer autoanalise dentro do universo fluido dos comportamentos sexuais. 

Vejamos, assim como nos perguntamos o que caracteriza um gênero ou orientação sexual considerados “normais”, podemos ter perguntas semelhantes sobre comportamentos sexuais. O que é considerado sexualmente normal depende da cultura. Algumas culturas são sexualmente restritivas — como um exemplo extremo na costa da Irlanda, estudado em meados do século XX, conhecido como a ilha de Inis Beag . Os habitantes dessa ilha detestam a nudez e viam o sexo como um mal necessário com o único propósito de reprodução. Eles usam roupas quando tomam banho e até mesmo durante o sexo. Já a população da ilha de A’ua’u, no Pacífico Sul, são um exemplo de uma cultura altamente permissiva sexualmente. Os meninos são encorajados a se masturbar. Aos 13 anos, eles são instruídos por homens mais velhos sobre como ter um desempenho sexual e maximizar os orgasmos para si mesmos e suas parceiras. Quando os meninos são um pouco mais velhos, essa instrução formal é substituída por treinamento prático por mulheres mais velhas. Espera-se também que as meninas explorem sua sexualidade e desenvolvam um amplo conhecimento sexual antes do casamento (Fonte: Marshall & Suggs, 1971 ). Percebemos aqui, com essas culturas que o que é considerado comportamento sexualmente normal dependerá do tempo e do lugar.

Ficou interessado em iniciar a jornada da sua alfabetização sexual? Manda uma mensagem aqui: 11 9 6492 0089.

Beijos da Ka,

Karina Brum é psicóloga e sexóloga. E tem como propósito desmistificar tabus, preconceitos socioculturais e crenças limitantes, oferecendo ferramentas que libertem a pessoa para seguir sua vida de forma singular. Além de falar sobre as demandas sexuais e da sexualidade humana, de forma divertida, científica, às vezes meio irônica, porém sempre muito sensata.

Verified by ExactMetrics