A Ansiedade que broxa

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A Ansiedade que broxa

Por Karina Brum

A disfunção erétil é uma das maiores causas de depressão masculina. Estudos nacionais, esclarecem que 46% dos homens acima dos 18 anos, apresentam algum sintoma característico. A Disfunção Erétil é a dificuldade persistente ou recorrente de ter ou manter uma ereção durante a relação sexual com penetração ou na masturbação.

Mas a pedrada é, ter essa dificuldade é bem comum, especialmente com o processo do envelhecimento. Mas o problema é muito maior! Homens jovens vem se queixando de ereções frágeis ou inconsistentes. Achei bacana trazer alguns fatores psicogênicos que atrapalham e muito o processo erétil:

  • Ansiedade de desempenho
  • Excesso de pornografia
  • Masturbação compulsiva
  • Depressão
  • Estresse
  • Sobrecarga mental
  • Ausência de afetos
  • Rigidez cognitiva
  • Baixa autoestima
  • Histórico de traumas sexuais
  • Pressão social por desempenho
  • Machismo e ideias distorcidas sobre sexualidade
  • Falta de comunicação com o(a) parceiro(a)

É super comum, urologistas e psiquiatras encaminharem para meu consultório homens, biologicamente saudáveis e psicologicamente confusos ou perdidos. Certa vez, escutei de um homem lá na casa dos 55 anos: “Dra, meu urologista pediu pra eu agendar horário com a Sra, mas eu não entendi foi nada – meu problema é no pau, não na cabeça.” Eu escuto essa fala, de quase todos os homens que lotam meu consultório, e isso sempre faz estar atenta para conseguir educar as pessoas sobre a importância de fazer terapia.

Homens e mulheres acreditam que quando “a pipa do vovô” não sobe mais, é somente por causa de doenças vasculares, diabetes, obesidade, testosterona baixa, distúrbios neurológicos ou próstata.

Mas acreditem, que 70% dos meus pacientes atualmente são do gênero masculino e buscaram terapia sexual por causa de disfunção erétil ou ejaculação precoce. Ambos os casos são de origem psicogênica e isso significa que seu cérebro está cansado, sobrecarregado e muito irritado com a falta de percepção e generosidade com o corpo.

É fundamental que homens procurem seus urologistas e façam exames de imagem e exames de sangue, podendo também incluir o exame de câncer de mama – sim, homens também podem ter câncer de mama.

O que me assusta é que, culturalmente falando, nós mulheres estamos mais acostumadas ou condicionadas a entender a importância de cuidar da saúde, de uma forma global. Isso acontece, porque na teoria, as mulheres são responsáveis pelo gestar – e isso torna o hábito de visitar o ginecologista um processo obrigatório e vitalício.

E eu enquanto sexóloga acredito que deveríamos dialogar com nossos homens, sejam amigos, irmãos, primos e parcerias – sobre a importância de cuidar da saúde física e mental, afinal eles serão pais também e carregam 50% do material genético que é responsável pela fecundação.

E daqui fica o alerta para o uso abusivo ou violento de substâncias medicamentosa que são à saúde reprodutiva. Tudo em excesso ou sem prescrição médica também prejudica a qualidade da produção espermática.

O uso “recreativo” da tadalafila fez com que a Anvisa investigasse sobre o consumo descontrolado e registrou em 2024, um aumento de 3,2 milhões de unidades vendidas em 2015 para 64,7 milhões em 2024 — registrou-se um crescimento de quase 2.000% em nove anos apenas dentro do Brasil.

O consumo excessivo de álcool, tabaco, hipertensivos ou de drogas ilícitas como cocaína e opiáceos, também prejudicam a saúde sexual e reprodutiva de homens e mulheres.

Se você se alimentar bem, beber água, dormir bem, ter amigos e hobbies, praticar atividade física que faça seu corpo suar e regular o consumo das famosas comidas “confort food” certamente que seu cérebro facilitará a harmonia e homeostase entre mente e corpo.

Não finja e fuja – o assunto é sério e merece atenção e respeito. Procurar ajuda psicológica é sinal de maturidade, salva vidas, relações e autoestima.

Um beijo da Ka.

Karina Brum é psicóloga e sexóloga. E tem como propósito desmistificar tabus, preconceitos socioculturais e crenças limitantes, oferecendo ferramentas que libertem a pessoa para seguir sua vida de forma singular. Além de falar sobre as demandas sexuais e da sexualidade humana, de forma divertida, científica, às vezes meio irônica, porém sempre muito sensata.

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