Sexualidade na França e no Brasil: Similaridades, Diferenças e Reflexões

Sexualidade na França e no Brasil: Similaridades, Diferenças e Reflexões

O comportamento sexual e as percepções sobre intimidade estão em constante transformação, moldados por fatores culturais, tecnológicos e sociais. Enquanto a França conta com pesquisas detalhadas, como o estudo Contexte des Sexualités en France 2023 (CSF-2023), o Brasil também revela dados significativos que oferecem uma visão rica sobre a sexualidade em diferentes contextos.

Mais Parceiros Sexuais ao Longo da Vida

Na França, a média de parceiros sexuais ao longo da vida entre mulheres subiu para 7,9 em 2023, enquanto para os homens alcançou 16,4. No Brasil, a pesquisa Mosaico 2.0 apontou uma média de 10 parceiros ao longo da vida para ambos os sexos, mostrando que, apesar das diferenças culturais, o número de parceiros é considerável em ambas as regiões​

Início da Vida Sexual

Os franceses estão adiando o início da vida sexual, com a idade média para o primeiro encontro sexual subindo para 18,2 anos para mulheres e 17,7 anos para homens. No Brasil, a idade média é de 18 anos, de acordo com dados recentes, o que reflete uma semelhança entre os dois países na tendência de postergar o início da vida sexual, mesmo com diferenças de abordagem cultural​

Uso de Preservativos e Saúde Sexual

Na França, 75,2% das mulheres e 84,5% dos homens usaram preservativos em seus primeiros encontros sexuais, enquanto no Brasil, apenas 22,8% dos adultos afirmam usar preservativos em todas as relações. Este dado preocupa, considerando que aproximadamente 1 milhão de brasileiros relataram diagnósticos de IST nos últimos anos​

Impacto da Tecnologia

Na França, 33% das mulheres e 46,6% dos homens afirmaram ter experiências sexuais online. No Brasil, a popularidade dos aplicativos de encontros e o aumento do consumo de conteúdo digital sugerem uma crescente adesão a práticas mediadas por tecnologia, embora os números não sejam diretamente comparáveis devido às diferenças metodológicas das pesquisas​

Violência Sexual

A pesquisa francesa revelou que quase 30% das mulheres relataram ter enfrentado tentativas de coerção sexual. No Brasil, o cenário é ainda mais alarmante, com 74.930 casos de estupro registrados em 2022, muitos deles envolvendo menores de idade. Esses dados ressaltam a necessidade urgente de iniciativas educacionais e legislativas para prevenir e combater a violência sexual​

Diversidade e Aceitação Social

A França registrou avanços na aceitação de diversidades sexuais: 69,6% das mulheres e 56,2% dos homens consideram a homossexualidade uma sexualidade como qualquer outra. No Brasil, embora as discussões sobre gênero e sexualidade estejam avançando, ainda enfrentam resistência política e social, o que limita uma maior aceitação e inclusão​

Reflexões para o Futuro

Tanto a França quanto o Brasil apresentam desafios e avanços únicos no campo da sexualidade. Enquanto os franceses mostram uma abordagem mais estruturada e aberta à pesquisa científica, o Brasil lida com barreiras culturais e políticas que dificultam um progresso mais amplo. Apesar disso, iniciativas educacionais e a inclusão de temas relacionados à diversidade sexual e saúde podem ser caminhos para transformar essa realidade.

Os dados oferecem uma oportunidade para ampliar debates sobre saúde sexual, diversidade e bem-estar, promovendo um futuro mais inclusivo e informado para todos.

Publicitária, Consultora e expert em Mercado Erótico, Escritora e empresária. Atua no Mercado Erótico Brasileiro desde o ano 2000. Autora de 28 livros de negócios e sobre produtos eróticos para os consumidores. De 2010 a 2017, presidiu a ABEME – Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico. Citada em mais de 100 teses universitárias e livros de sexualidade sobre o tema. Desenvolve e projeta produtos eróticos e cosméticos sensuais para os maiores players do setor. Criadora do primeiro seminário de palestras para empresários do mercado erótico em 2006. Apoiadora e partícipe dos mais importantes eventos eróticos do mundo. Também idealizadora do Prêmio Melhores do Mercado Erótico e Sensual que, desde 2016, anualmente elege as melhores empresas, as inovações, os produtos mais queridos e desejados e as ações que estimularam o desenvolvimento do setor. É fundadora e co-autora do site MercadoErótico.Org.

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