Confirmado: Vibrador pode aliviar os sintomas da menopausa

Confirmado: Vibrador pode aliviar os sintomas da menopausa

Estudo científico pioneiro da Universidade de Minnesota, apresentado pela principal autoridade em menopausa da América do Norte, valida o uso de vibradores como ferramenta terapêutica para combater a dor na relação, a secura vaginal e a baixa libido, oferecendo uma alternativa não hormonal e acessível para milhões de mulheres.

O que por muito tempo foi considerado um objeto de prazer exclusivo agora ganha o status de ferramenta terapêutica validada por ciência. Uma pesquisa pioneira da Universidade de Minnesota, apresentada durante a reunião anual da Sociedade Norte-Americana de Menopausa (NAMS), confirma que o uso de dispositivos de estimulação pode aliviar de forma significativa alguns dos sintomas mais impactantes da menopausa.

O estudo oferece uma base científica sólida para o que muitas mulheres já haviam descoberto por experiência própria: a estimulação clitoriana e vaginal é uma aliada poderosa na manutenção da saúde sexual durante e após a transição menopáusica.

A Pesquisa que Valida a Terapia: Um Estudo Piloto Específico

A pesquisa, um estudo piloto que acompanhou 25 mulheres na pós-menopausa, foi ainda mais específica. Ela se concentrou em um dispositivo de sucção clitoriana chamado Fiera® Arouser for Her, “hands-free” (sem usar as mãos), projetado para aumentar o fluxo sanguíneo para a região. Orientadas a usar o aparelho por 3 meses, as participantes relataram melhoras notáveis em áreas-chave da saúde sexual, frequentemente degradadas pela queda de estrogênio.

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Os principais benefícios observados incluem:

  • Redução da dor durante a relação sexual (dispareunia): Mulheres que sentiam dor devido à atrofia e secura vaginal relataram uma diminuição significativa do desconforto.
  • Aumento da libido e do desejo sexual: A prática regular reativou o interesse por atividades sexuais.
  • Melhora na lubrificação e no arousal: O aumento do fluxo sanguíneo para a região pélvica resultou em melhor lubrificação natural e maior facilidade em se excitar.

“Este estudo reforça o que muitos profissionais de saúde sexual já suspeitavam”, explica a Dra. Sheryl Kingsberg, psicóloga e chefe da divisão de Medicina Comportamental no Hospital Universitário de Cleveland, em entrevista à Breastcancer.org. “O uso de vibradores não é apenas sobre o orgasmo; é sobre a saúde do tecido vaginal e a manutenção da função sexual”.

A Ciência por Trás do Alívio e o “Recondicionamento” do Prazer

O mecanismo por trás desses benefícios é fisiológico. A excitação, seja ela com parceiro ou através da masturbação, provoca um aumento do fluxo sanguíneo para os genitais, um processo chamado vasocongestão.

Com a queda do estrogênio na menopausa, os tecidos vaginais se tornam mais finos, secos e menos elásticos (atrofia vaginal). A estimulação regular com um vibrador atua como uma espécie de “exercício” para essa região:

  1. Combate a Atrofia: O aumento do fluxo sanguíneo leva mais oxigênio e nutrientes aos tecidos, ajudando a mantê-los saudáveis, espessos e elásticos.
  2. Estimula a Lubrificação: A vasocongestão é o principal gatilho para a lubrificação natural do corpo, combatendo a secura vaginal de forma imediata e a longo prazo.
  3. Libera Hormônios do Bem-Estar: O orgasmo desencadeia a liberação de ocitocina e endorfina, que não apenas aliviam o estresse e melhoram o humor, mas também ajudam a relaxar os músculos pélvicos, facilitando o prazer e reduzindo a dor.

Além disso, a Dra. Kingsberg destaca que o dispositivo funciona como uma forma de “recondicionamento”. Para muitas mulheres, o cérebro passa a associar o sexo a uma experiência negativa, devido à dor. O uso do dispositivo ajuda a “reensinar” o corpo e o cérebro a associarem a estimulação com prazer, quebrando esse ciclo.

Mudança de Paradigma: “Prescrever Prazer” como Tratamento

A validação pela NAMS representa uma mudança importante na abordagem da saúde da mulher. Historicamente, as opções de tratamento focavam em terapias hormonais, lubrificantes e hidratantes. Agora, o vibrador entra no rol de opções terapêuticas não hormonais, sendo uma ferramenta de baixo custo, sem efeitos colaterais e que coloca a mulher no controle.

A notícia é especialmente relevante para sobreviventes de câncer de mama, para quem a terapia hormonal é frequentemente contraindicada.

Essa nova abordagem está sendo defendida por especialistas como a ginecologista Dra. Barb DePree. Para ela, os médicos precisam mudar a conversa e começar a “prescrever prazer”.

“Precisamos começar a perguntar às nossas pacientes sobre sua vida sexual de forma aberta e sugerir o uso de vibradores não como um tabu, mas como uma prescrição médica para a saúde vaginal”, afirmou a Dra. DePree. “É uma intervenção de baixo risco, alta eficácia que coloca a mulher no controle do seu próprio bem-estar”.

A mensagem para as mulheres é clara: o autocuidado na menopausa pode e deve incluir o prazer. A ciência agora confirma que ele é, de fato, um remédio poderoso.

Publicitária, Consultora e expert em Mercado Erótico, Escritora e empresária. Atua no Mercado Erótico Brasileiro desde o ano 2000. Autora de 28 livros de negócios e sobre produtos eróticos para os consumidores. De 2010 a 2017, presidiu a ABEME – Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico. Citada em mais de 100 teses universitárias e livros de sexualidade sobre o tema. Desenvolve e projeta produtos eróticos e cosméticos sensuais para os maiores players do setor. Criadora do primeiro seminário de palestras para empresários do mercado erótico em 2006. Apoiadora e partícipe dos mais importantes eventos eróticos do mundo. Também idealizadora do Prêmio Melhores do Mercado Erótico e Sensual que, desde 2016, anualmente elege as melhores empresas, as inovações, os produtos mais queridos e desejados e as ações que estimularam o desenvolvimento do setor. É fundadora e co-autora do site MercadoErótico.Org.

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