Esta semana, convidamos você a colocar uma lente especial para ler nosso artigo: a lente do Sagrado para que você veja com esse olhar o culto a Ishtar, na Mesopotâmia.
O território da Mesopotâmia é o atual Iraque.
O culto a Ishtar era centralizado na cidade de Erech e havia um templo dedicado a ela, onde sacerdotisas consagradas viviam.
Seu símbolo era Vênus e estava relacionada com a fertilidade e ao sexo como união para que a fertilidade se espalhasse por toda a natureza.
A visão do Sagrado naquela época considerava a sexualidade como natural e o sexo espiritual, como uma forma de culto.
As mulheres que eram escolhidas para servirem a Ishtar praticavam sexo espiritual com os homens que visitavam o templo em busca da benção da divindade.
Eles não recorriam ao templo para “fazer sexo” com mulheres, eles recorriam ao templo para ter a oportunidade de se unir sexualmente com uma sacerdotisa treinada e conectada com a energia feminina da divindade.
Algumas pessoas chamam as sacerdotisas de Ishtar de “prostitutas sagradas”, o que discordamos, porque a prostituição é uma profissão e o serviço ao Sagrado é uma missão de vida, um sacerdócio.
O que é muito interessante é que as divindades não tinham os aspectos tão polarizados como hoje, ou seja, divindades do amor, do sexo, também regiam a morte, proteção e punição.
Por isso, os homens que subiam as escadarias do templo de Ishtar em busca da deusa, tanto poderiam receber sua benção através da sacerdotisa pelo sexo espiritual, como poderiam ser sacrificados para que seu espírito fosse absorvido e “curado” pela divindade.
E a decisão de matar ou abençoar eram das servidoras do templo, treinadas para perceber e ver profundamente a alma de cada um dos homens que recebiam.
A importância de aprender e de servir à deusa era tão grande, que as mulheres que resolviam casar e ter família tinham como obrigação participar das atividades do templo pelo menos uma vez em sua vida, porque o aspecto mãe e esposa deveria ter como equilíbrio o papel na “não-mãe”.
A conexão com os polos opostos do Sagrado feminino tinha como objetivo o equilíbrio e a harmonia da mulher e a expressão da feminilidade como um todo, pois ao servir à deusa com sua sexualidade, caminhando para o polo lua nova, a mulher equilibrava o polo oposto, lua cheia e seria uma mãe e esposa mais feliz e realizada.
Nossa cultura atual tem muita dificuldade de entender e ver a beleza desses cultos mais naturais, por isso é que convidamos você a usar a lente do Sagrado, onde o oposto é complementar e morte (sacrifício) e vida (sexo) são apenas faces diferentes da mesma divindade, que abençoava a todos, de acordo com sua necessidade.
Use sua lente do Sagrado para cultos e divindades de outras culturas e aguarde, que ainda temos muito para te contar nesse espaço semanal!
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