Para alguns é um importante desinibidor. Para outros, uma forma de sexualizar a mulher de forma degradante. Mas uma coisa é certa: ainda não se tem um consenso quanto o estímulo visual para a sexualidade feminina.
Por Cristiane Schneckenberg*
Diversos estudos e artigos foram publicados, mas há um contraponto comum além, é claro, do gosto pessoal: o fator da vergonha.
Nesse artigo publicado no The NY Times (https://www.nytimes.com/2009/01/25/magazine/25desire-t.html) e também nesse estudo realizado por médicos e publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2739403/), os médicos pesquisadores chegaram à conclusão que a única certeza que tinham quanto a estímulo visual e sexual feminino é que as mulheres se imaginam nas cenas dos filmes apresentados.
Para se ter uma ideia, nos testes foram apresentados a grupos de mulheres e homens (Hétero e Homosexuais) cenas de filmes pornôs, dirigidos por mulheres e homens, além também de cenas não relacionadas no âmbito sexual.
Nos filmes pornôs dirigidos por mulheres, vale ressaltar, haviam muito mais cenas de carícias preliminares, ou seja, que antecedem o sexo.
Entretanto, o grupo de mulheres estudado demostrou estímulo em todos os materiais audiovisuais, em contrapartida dos homens, que tiveram resposta a apenas cenas sexuais hetero e homosexuais femininas.
Os estudiosos, ainda, incluíram fatores sociais, como os conceitos ‘puritanos’ instaurados na sociedade patriarcal.
Esses itens turvam os dados das pesquisas, pois eles possuem um peso individual no psicológico de cada mulher, impossibilitando, assim, um estudo fisiológico puro.
Os profissionais incluíram que o estudo ainda precisa ser levado adiante, estudando esses comportamentos e a reação corporal entre homens e mulheres com o passar dos anos e em diversas gerações.
Ou seja, ainda há muito a se pesquisar, descobrir e saber sobre o que realmente excita as mulheres.
*Cristiane Schneckenberg é médica ginecologista e obstetra. Participa da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e da Sociedade de Ginecologia da Infância e Adolescência. Desenvolveu projetos de formação direcionados a professores e profissionais da saúde para a abordagem da sexualidade na adolescência. Com uma constante presença na mídia, procura democratizar informações sobre a saúde da mulher. Um espelho para Vênus é seu primeiro livro de ficção, no qual usa seus conhecimentos médicos para narrar uma história sobre amor, relacionamento e sexualidade. Reside em Ponta Grossa, atuando em sua clínica, a CS Clin, de saúde e estética da mulher.
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