Será que seu poder de lubrificação está apenas nessas duas possibilidades? E se sua vagina poderosa não tiver a capacidade nem de ejacular, nem de soltar aquele jato líquido dos sonhos? Significa que você jamais terá poder de lubrificação?
Temos glândulas de Skene e de Bartholin que ficam a todo vapor esperando o estímulo certo para deixar as entradas do canal vaginal e da uretra molhadinhas e mais… nosso maior poder está nas paredes da vagina.
Aposto que você nunca ouviu falar nisso e fica louca atrás de técnicas e soluções milagrosas achando que squirting e a ejaculação são tudo, #sqn!
Quanto maior o domínio e a saúde da sua musculatura pélvica, além da excitação, a qual depende de muita fantasia e estímulos por todo o nosso corpo, maior é o líquido plasmático proveniente do nosso sangue que atravessa as paredes vaginais e deixam tudo bem lubrificado para e penetração (de dedos, falos e brinquedos). E, para tirar todas as suas dúvidas sobre squirting e ejaculação feminina, já que você até então achava que eram as grandes personagens da sua cena sexual, seguem minhas explicações científicas…
Já te falei que fui aluna em dois cursos seguidos de uma das maiores fisioterapeutas desse Brasil?! Pois bem, o nome dela é Andrea Dell´Aquila e um dos diferenciais de seu trabalho enquanto docente é que ela está em todos os congressos de sexualidade do país. E, veio de um trabalho dela, “Diferenciação da emissão de líquidos durante o ato sexual feminino”, ainda em fase de publicação científica, a seguinte informação (bem fresquinha e atualizada):
Em todo o conteúdo analisado (entre artigos e teses) foi observado que a bexiga pode liberar squirting + incontinência urinária coital (penetração ou orgasmo) + squirting contendo PSA.
Já as glândulas de Skene podem liberar squirting contendo PSA + ejaculação feminina. Existem três fenômenos distintos, o squirting, a incontinência urinária e a ejaculação feminina. Pode acontecer de às vezes o squirting sair junto com a ejaculação feminina.
A nomenclatura “ejaculação feminina” é errônea visto que ejaculação é liberação de sêmen. Na mulher ocorre uma pequena emissão de gotas, de 2 a 4 ml, de um líquido mais leitoso e esbranquiçado proveniente das glândulas de Skene. Ou seja, é uma quantidade imperceptível no momento pós-orgasmo.
Squirting é aquele jato como a gente vê nos filmes pornôs, sendo que, nem todas as atrizes conseguem essa façanha com tamanha facilidade, muitas vezes para uma cena ficcional, o squirting é falso. É uma emissão de líquido proveniente da bexiga e produzido pelos rins, chegou-se a coletar de 30 ml a 150 ml.
“Qual é a diferença do squirting para a urina embora ambos saiam da bexiga?”
O líquido do squirting é altamente diluído, ou seja, ele contém as mesmas substâncias que tem na urina só que numa concentração muito menor. É como se o squirting fosse uma única laranja espremida num litro de água e a urina fosse 10 laranjas espremidas compondo um litro. Dependendo do estudo, somente de 2 a 10% das mulheres têm esse mecanismo fisiológico instalado.
Expelir o squirting não se aprende, embora alguns tântricos e pompoaristas afirmem que sim e aí a gente cai na informação que vimos anteriormente onde eu disse que os exercícios do pompoarismo estimulam a lubrificação porque aumentam o fluxo sanguíneo da vagina. Isso você pode dizer com toda a certeza que sim. Durante a massagem tântrica, a mulher recebe estímulos em locais nunca antes tocados e descobrem que são squirters, por isso se tem a impressão de que o squirting é aprendido.
Ter o squirting significa que a mulher tem mais prazer?”
NÃO!!!
Ele pode sair de um estímulo manual/masturbação, ou oral, ou pela penetração ou por sexytoy, dentre outros estímulos. Não há um estímulo específico para tal. E também não tem a ver com prolapso de bexiga.
“Ele sai necessariamente na hora do orgasmo ou de um momento de prazer?”
NÃO!
Algumas mulheres relatam prazer junto ao squirting, outras indiferença, e outras nem sentem que sai. A mulher é denominada squirter. O líquido do squirting é líquido mesmo, muito diferente do aspecto viscoso da lubrificação pós orgasmo.
“Quem tem squirting, sente que o tem?”
Não necessariamente, muitas nem sentem. Muitas se dão conta pelo relato da parceria e isso é informação de relatos de consultório e da pesquisa realizada. Pelo movimento do assoalho pélvico é possível dizer se o squirting de determinada cena sexual é real ou falso. Mas quem realmente repara nisso na hora H?
“Por que algumas mulheres têm esse mecanismo e outras não?”
A ciência não explica. Bem como não explica como a uretra se abre durante o ato sexual visto que deveria ficar fechada.
Desconstruí muita coisa na sua cabeça? Pois bem, tudo o que você tem em mente sobre o squirting é produzido pela indústria pornográfica. Squirting também não tem nada a ver com disfunção do assoalho pélvico ou bexiga hiperativa.
Squirting e “ejaculação feminina” são fenômenos fisiológicos, enquanto que a incontinência urinária é patológico.
A mulher que apresenta incontinência urinária coital, ou seja, a liberação real da urina a qual é possível ser diferenciada do squirting principalmente pela cor e o odor (e a acidez observada em exames), apresenta incontinência em outras situações fora da cena sexual, como por exemplo na incontinência de urgência, ou incontinência de esforço (por exercícios ou espirro).
Caso você se depare com essa situação procure um ginecologista ou fisioterapeuta uroginecológico especialista em sexualidade para ter a certeza do seu diagnóstico. Não saia por aí afirmando que você tem squirting ou incontinência, pois é preciso análise clinica dos seus órgãos, fato que somente os dois profissionais citados podem fazer.
“Conclusão:
A ejaculação feminina, o squirting e a incontinência urinária coital são fenômenos diferentes, com mecanismos distintos e podem ser diferenciados de acordo com a origem, quantidade, mecanismo de expulsão e sentimentos subjetivos durante as atividades sexuais.
A verdadeira ejaculação feminina é a liberação de um fluido muito escasso, espesso e esbranquiçado das glândulas de Skene, enquanto o squirting é a expulsão abundante de um fluido diluído da bexiga. Já a incontinência urinária coital é um sintoma patológico, caracterizado por uma perda urinária durante o coito, causado por distúrbio uretral hiperatividade do detrusor ou uma combinação de ambos e requer tratamento.”
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