Singularidade e respeito: identidade Agênero.

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Singularidade e respeito: identidade Agênero.

Por Karina Brum

Agênero é uma identidade de gênero que se refere a pessoas que não se identificam com nenhum gênero, rejeitando a binariedade entre feminino e masculino.

Embora ambos os termos estejam dentro do espectro da diversidade de gênero, há diferenças importantes entre eles.

O termo não-binário inclui identidades de gênero que não se encaixam exclusivamente como homem ou mulher, mas que ainda podem ter alguma relação com o conceito de gênero. Já  agênero se refere a pessoas que não se identificam com nenhum gênero, distanciando-se completamente dessa categorização.

Enquanto muitas pessoas não-binárias desafiam a divisão tradicional de gênero, pessoas agêneras negam totalmente a existência de um gênero próprio.

Geralmente, pessoas agênero são trans, fazendo parte do imenso guarda-chuva da transexualidade, visto que essas pessoas não se identificam com o gênero atribuído a elas no nascimento.

O termo agênero surgiu entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2000, sendo mencionado em fóruns da Aven (Asexual Visibility and Education Network), organização criada em 2001 para aumentar a visibilidade da assexualidade. Nos anos 2010, a identidade ganhou mais reconhecimento com a criação da bandeira agênero, desenhada por Salem X (Salem Fontana). A bandeira se tornou um símbolo importante para representar pessoas que não se identificam com nenhum gênero específico.

Enquanto ser humano e educadora sexual, percebo a importância de orientar sobre essa identidade, principalmente para tentar minimizar o sofrimento psíquico dessa população. Pessoas agênero buscam romper com as normas tradicionais de gênero, deixando claro que a rigidez dos papeis de gênero podem fomentar o adoecimento mental. A ideia dessa identidade é promover e incentivar a liberdade de expressão, seja ela por meio de roupas, acessórios, sapatos e relacionamentos interpessoais. Aqui nessa parte do guarda-chuvas, o agênero busca reforçar a importância da singularidade humana. 

Se você se sentir confuso ou precisar de um espaço seguro de acolhimento, mande mensagem no 11 9 6492 0089 – aqui o diálogo fica Ká entre nós.

Beijos da Ka.

Karina Brum é psicóloga e sexóloga. E tem como propósito desmistificar tabus, preconceitos socioculturais e crenças limitantes, oferecendo ferramentas que libertem a pessoa para seguir sua vida de forma singular. Além de falar sobre as demandas sexuais e da sexualidade humana, de forma divertida, científica, às vezes meio irônica, porém sempre muito sensata.

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