Medo da maioria das mulheres, a menopausa precoce pode estar ligada a uma menor atividade sexual, incluindo a masturbação. É o que descobriram pesquisadores da University College de Londres.
Segundo esse estudo, as mulheres que relataram ter atividade sexual semanalmente tinham 28% menos chances de ter menopausa precoce do que aquelas que faziam sexo menos de uma vez por mês.
(Mas calma! Por atividade sexual leia-se aqui: sexo oral, toque sexual ou até mesmo a masturbação. Para nossa sorte que é solteira!)
A pesquisa é baseada no Estudo de Saúde da Mulher nos EUA (SWAN) dos EUA que começou em 1996.
Os autores do estudo analisaram dados de 2.936 mulheres, com idade média de 45 anos quando o estudo começou. Em média elas tinham dois filhos, eram principalmente casadas ou estavam em um relacionamento ou morando com o parceiro.
Desse grupo, cerca de 45% das mulheres sofreram menopausa natural aos 52 anos. As entrevistas foram realizadas durante um período de 10 anos.
No início do estudo, nenhuma das mulheres havia entrado na menopausa. Mas 46% delas estavam na peri-menopausa precoce (começando a experimentar sintomas da menopausa como períodos irregulares e ondas de calor).
As outras 54% estavam na pré-menopausa (com ciclos regulares e sem sintomas de peri-menopausa ou menopausa).
Em sua análise, os pesquisadores descartaram fatores que poderiam ter explicado a associação. Incluindo níveis de estrogênio, educação, índice de massa corporal (IMC), raça, hábitos de fumar e quando uma mulher iniciou seu período.
Tudo leva a crer que pode ser uma economia de recursos
Apesar de que o estudo não tenha examinado o motivo do vínculo entre a atividade sexual e a menopausa precoce, os autores disseram que as pistas físicas do sexo podem sinalizar ao corpo que existe a possibilidade de engravidar.
“Se você não vai se reproduzir, não adianta ovular – é melhor usar essa energia em outro lugar“, disse Megan Arnot a CNN. Ela é principal autora do estudo e candidata a PhD em antropologia evolutiva na University College London.
“Durante a ovulação, o sistema imunológico se acalma, aumentando o risco de uma infecção ou doença. Se a gravidez é improvável devido à falta de atividade sexual, isso significa que não seria benéfico para o corpo alocar energia ao processo de ovulação” explica a cientista ao Insider.
Hipótese da Avó
As descobertas, publicadas semana passada na revista científica Royal Society Open Science, se apoiam na “Hipótese da avó”.
A “Hipótese da Avó” é uma teoria que sugere que a menopausa originalmente evoluiu nos seres humanos para reduzir o “conflito reprodutivo” entre diferentes gerações de mulheres. Para assim, garantir que seus netos sobrevivam e prosperem.
“Pode haver uma troca energética biológica entre investir energia na ovulação e investir em outros lugares – como manter-se ativa apenas para cuidar dos netos”, disse ela.
Mas dá pra tapear a natureza!
Arnot disse ao Insider que uma das descobertas mais surpreendentes foi o relacionamento da masturbação com a menopausa precoce. A sugestão é que mesmo sinais sutis de estímulo desempenham um papel retardador.
Os pesquisadores também analisaram se os feromônios masculinos poderiam retardar a menopausa sinalizando sexo em potencial.
Porém, as descobertas mostraram os mesmos resultados para mulheres que mantinham atividade sexual regular, morando com um parceiro masculino ou não.
É a primeira vez que um estudo vincula sexo e menopausa, mas é necessário fazer mais pesquisas. O próximo passo é tentar replicar as descobertas em outros grupos populacionais.
“O mecanismo da relação entre sexo e menopausa é um caminho promissor para pesquisas futuras. Pode abrir as portas para intervenções comportamentais”, finaliza Arnot.
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