Por Karina Brum *
Acreditem, atendo muitos casais lésbicos que brigam porque se sentem estranhas por desejarem ter relações anais. O machismo estrutural vem disfarçado dentro do pensamento: “sexo anal é coisa de gay”. Juro que quando ouço essa frase – e sim, ouço mais vezes do que eu gostaria – penso em como o patriarcado nos condiciona e fragiliza. Sim, mulheres podem ser tão machistas quanto uma pessoa com pênis! E isso aparece em relações lésbicas quando uma das parcerias propõe fazer anal ou garganta profunda! Talvez tu que me lê pense: “essa mulher tá doidona, lésbicas não tem p@u”. E sim, não tem p@u, mas tem as cintas ou tem mãos com dedos. Fazer garganta profunda é algo muito prazeroso e fetichista. O que excita nesse jogo do prazer é perceber que a outra parte se entrega totalmente e aceita “engolir” o que a outra lhe dá. O importante aqui é ser combinado, dialogado, ajustado.
Já no sexo anal entre mulheres, fora o diálogo ser fundamental, o ato em si deve ser saudável, seguro e consensual. Usar lubrificantes, vibradores e dessensibilizantes anais garante a excitação duradoura que fará ambas as partes gozarem.
Se o receio for “sujar”, é simples: ducha higiênica para limpar o canal anal. Estar com intestino livre (evacuar antes) é muito mais confortável. E nesse caso, ambas as mulheres envolvidas devem estar conscientes de que mesmo com todo o cuidado do universo, cool é cool – de lá, não sai flores nem cheiro de alfazemas.
O uso de lubrificante é obrigatório! Usar preservativo no brinquedo que for ser inserido é regra e faz parte da segurança. A sugestão para um sexo anal sem nenhum desconforto é massagear com mão, brinquedo ou boca o clitóris a ponto de quase chegar ao orgasmo. E quando a parceria estiver “desmanchando” em busca do prazer, inicie as penetrações anais rasas sem deixar de estimular o clitóris. Todo contato nesse caso é importante! Beije, toque, acaricie. Assim, certamente o momento será inesquecível e o orgasmo certeiro!
Dica extra: nas primeiras tentativas do sexo anal, tente fazer a penetração de forma lateralizada, para poder oferecer todo estímulo possível – ainda mais se for a 1ª vez.
E não se esqueça: não tente copiar a cena do pornô que você viu na TV. Garanto que o que vemos é o resultado de dias de gravação, editadas e sem nenhum envolvimento emocional. A ideia é criarem o próprio roteiro, é estar confortável e principalmente seguras. Sentiu dor? Fale não e tentem mudar o ritmo ou recomeçar noutro momento. O prazer deve ser mútuo, aqui não há espaço para egoísmo ou imaturidade.
Beijos da Ka,
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