Pesquisa da PUCPR, na área de economia da beleza, buscou descobrir se os pelos faciais realmente são a “maquiagem” do homem
Popularmente, diz-se que a barba é a “maquiagem” do homem, sendo capaz de deixá-lo mais atraente e aumentar sua autoestima. Foi com o objetivo de confirmar ou refutar essa afirmação que pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) realizaram um experimento em que voluntários avaliaram a confiabilidade de homens com base no tipo de barba que eles usavam: barba espessa e volumosa, também conhecida como barba hirsuta; barba rala ou “por fazer”; ou completamente raspada.
“Quando olhamos para uma pessoa, criamos toda uma história a respeito de quem essa pessoa é, inclusive se ela é digna da nossa confiança ou não. Julgamos muito quem os outros são a partir da aparência e a partir disso tomamos nossas decisões sobre quem elas são. Trata-se de uma área conhecida como economia da beleza. O que a gente buscou investigar nesse estudo foi a influência (ou não) da barba nessa percepção de confiança”, comenta a professora da Escola de Negócios da PUCPR Angela Póvoa, uma das autoras do trabalho.
Foram recrutados 171 voluntários para a pesquisa, todos estudantes de cursos de graduação da PUCPR e com idade média de 21 anos, dos quais 58,5% eram do sexo masculino. Eles avaliaram imagens de outros 29 participantes, que concordaram em ser fotografados e ter suas imagens manipuladas por meio de aplicativo específico para serem vistos em seis condições diferentes – três de barba (raspada, por fazer e hirsuta) e duas de idade (jovem e idoso).
Os pesquisadores trabalharam com três hipóteses: 1) a presença da barba aumentará a percepção sobre a confiança da pessoa analisada; 2) a presença da barba aumentará a percepção sobre a atratividade da pessoa analisada; 3) idosos serão percebidos como mais confiáveis, independentemente de terem ou não barba.
Os resultados apontaram que homens mais jovens e com barba rala transmitem maior confiança e são considerados mais atraentes do que seus pares sem barba ou com barba muito espessa. Já os mais velhos eram percebidos como mais confiáveis, não importando se tinham barba ou não.
“Apesar da crença comum, amplamente difundida offline e online, de que a barba pode tornar os homens mais atraentes ou até mesmo mais confiáveis, apenas homens mais jovens e com barba por fazer se beneficiaram dela em nosso estudo. Nossas evidências também corroboraram e qualificaram a literatura existente sobre a relação entre idade e confiança, mostrando que as pessoas mais velhas são vistas como mais confiáveis, independentemente de sua barba e atratividade”, completa Angela.
Além de Angela, participaram do estudo “Is beard the male makeup? Facial attractiveness, age and trust” (“Barba é a maquiagem masculina? Atratividade facial, idade e confiança”, em tradução livre), os professores da Escola de Negócios da PUCPR Juan Viacava e Lucas Casonato; o professor Wesley Pech, da Tennessee Tech University; e Hendrigo Korndorfer, egresso do curso de Economia da PUCPR e mestre em Administração pela mesma Universidade.
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