Então é natal!

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Então é natal!

Por Karina Brum

E a pergunta que a gente sempre se faz é em tom de cobrança: e o que eu fiz de bom? Mas antes de responder, gostaria muito que você pensasse sobre o significado do Natal. Os registros históricos dizem que na antiguidade, o Natal era considerado uma festa pagã que celebrava o final do ano solar e o solstício do inverno – era momento de renovação do ciclo da vida. Já na época do império romano, o Natal recebia outro nome: festa da Saturnália – era um período marcado por banquetes, trocas de presentes e relaxamento das regras sociais. Mais tarde, no ano de 274 d.C., o imperador romano instituiu a celebração do Sol Invictus (“Sol Invencível”) com data fixada em 25 de dezembro — período em que o dia começava a ter mais luz, simbolizando o “renascimento do sol”.  O cristianismo adaptou para a celebração do nascimento de Cristo.

Ao longo dos séculos, o Natal incorporou costumes que vieram tanto do paganismo quanto de práticas cristãs, resultando numa fusão cultural: o uso de luzes, árvores ou ramos verdes, a troca de presentes, a ênfase na celebração coletiva, na solidariedade e na esperança. Com o tempo, o Natal passou a ser celebrado não só como evento religioso, mas também como momento social e cultural, fortalecendo os laços da confraternização entres os povos, sugerindo momentos de bondade e união, independentemente de você seguir a fé cristã. 

Então, voltando ao tema desse pensamento, o que conseguimos fazer nesse ano? Eu sugiro que nos coloquemos em um lugar mental de reflexão sobre o que conseguimos de fato construir ou reconstruir em nós. Essa época natalina reforça movimentos entre os laços que conseguimos fortalecer com a nossa espiritualidade, com a renovação da nossa fé e com a nossa esperança. Então, não se culpe ou puna por se priorizar – lugares que façam você sentir angústia, medo, tristeza ou dor devem realmente ser evitados. Procure descobrir o que realmente te realiza ou o que te completa e lhe traz sensação de paz e segurança. Infelizmente, sabemos que nem sempre o seio familiar é o lugar mais gostoso do mundo. 

O Natal deve simbolizar autoamor e não convenção social. Não se obrigue a caber em “caixas” que exigem de você uma “tira de couro”. Se não te cabe mais, não faz sentido ficar. E de tudo isso que escrevi acima, desejo que o real sentido dessas festas seja a celebração da sua existência, do seu desejo de fazer o seu melhor ou de ser diferente – o que importa de verdade é ser protagonista da sua história.

Feliz Natal, e se possível, boas festas.

Beijos da Ka. 

Foto: Freepik

Karina Brum é psicóloga e sexóloga. E tem como propósito desmistificar tabus, preconceitos socioculturais e crenças limitantes, oferecendo ferramentas que libertem a pessoa para seguir sua vida de forma singular. Além de falar sobre as demandas sexuais e da sexualidade humana, de forma divertida, científica, às vezes meio irônica, porém sempre muito sensata.

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