Será que ambos não se traíram, quando não enxergaram os sinais ou não deram importância que a relação estava precisando de ajuda?
Por Ana Cristina da Silva*
Será que se traíram quando não deram oportunidade de dialogar, conversar sobre o que estaria em excesso ou falta dentro da relação?
Ou simplesmente buscar formas de ouvir de forma absoluta o que o outro teria pra falar ou até mesmo observar que o silêncio fala mais que mil palavras.
É importante considerar que a falta de tempo, agenda cheia e muitas atividades no trabalho, reforça o comportamento dos casais de vivenciar uma relação disfuncional.
Vivemos uma “era da mecanização”. Vou citar como exemplo, o beijo: antes era sinal de paixão entre alguns casais. Agora, são apenas rápidos selinhos com duração de 1 segundo, que também é aplicado em animais ou em entes queridos, ou seja, não é uma manifestação de carinho/amor exclusivo, só dos casais.
Esse selinho com duração de 1 minuto, expressa que tipo de qual sentimento? Intrinsicamente poderia expressar… Te amo, estamos juntos, ótimo dia de trabalho e por ai…
Convido a você que está lendo esse texto nesse exato momento a beijar sua face da mão com duração de 1 segundo, e pensar sobre o que sentiu. Em seguida repetir a mesma ação com 1 minuto e pensar sobre quais sentimentos emergiram.
Habitualmente, os casais falam de TUDO, exercem uma comunicação básica e até superficial, mas, negligenciam a “linguagem do amor”.
Discutir os pontos de melhorias ou os pontos fracos de uma relação requer cuidados e atenção. Não estou falando de DR (discutir a relação onde à comunicação é embasada, apenas em cobranças e culpabilização), mais uma comunicação mais profunda onde as individualidades são respeitadas e o amor do início da relação emerge consideravelmente na relação.
Frequentemente, ouço no meu consultório, “é impossível falar com ele (a), ele (a) nunca me ouve”, sinal de perigo! Se a comunicação está comprometida, essa relação precisa de ajuda urgente!
No caso José Loreto e Débora Nascimento, é difícil analisar quem traiu quem, porque uma relação é constituída de duas pessoas, cada conjugue apresenta 50% de responsabilidade.
Quando a relação apresenta disfunção relacional, alguém invadiu a responsabilidade do outro ou houve omissão por parte de alguém.
É comum ocorrer entre os casais, após um tempo de relacionamento, o outro deixar de ser notado ou até mesmo ser percebido dentro da relação.
Regulamente os casais só notam a presença do parceiro (a) quando algo ruim acontece como a partilha de intimidade sexual e/ou emocional com outrem, por exemplo, uma traição.
A palavra traição conota dor, sofrimento, decepção e pode levar por caminhos sombrios sem volta, danos psíquicos, humilhação social, separação, divórcio ou sofrimento excessivo como tristeza, ódio, angústia e culpa.
Mas também pode trazer um aprendizado, onde o casal passa a observar com clareza os sinais evidentes que apresentam no relacionamento.
Acredito que, numa situação como essa, julgar ou culpabilizar não é o melhor caminho, pois não é assim que se encontra solução.
Porém, uma ajuda profissional é recomendada para encontrar novamente o equilíbrio emocional e conjugal.
Ana Cristina da Silva é Psicóloga Clínica. Terapeuta conjugal. Sexóloga. Coach de relacionamento e Pós-graduada em Psicologia Positiva.
E-mail: anacsilva.psicologa@gmail.com
Atendimento presencial e on line (14) 99774-5823.
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