Os itens calcinha, cueca e sutiã são os artigos com maior peso no segmento de moda íntima e de dormir. Juntos representaram cerca de 80% da produção em 2018, segundo o Estudo do Mercado Potencial de Moda Íntima e Meias, que acaba de ser lançado pelo IEMI Inteligência de Mercado.
Entre 2014 e 2018, período pesquisado pelo IEMI, a produção de sutiã teve alta de 10,2% e de calcinhas, 9,6%.
O desempenho foi melhor do que corpetes/espartilhos, com queda de 22,5% e camisolas/combinações/anáguas, com recuo de 22%.
Segundo Marcelo Prado, diretor do IEMI, a produção em volumes, em 2018, apresentou retração nas roupas íntimas em comparação com 2017 e ficou praticamente estável na produção de meias.
Mas para 2019, a expectativa é de alta de 0,7%, tanto nas roupas íntimas como nas meias.
Moda íntima do Brasil para o mundo
Do ponto de vista das exportações, o Brasil vem mantendo uma trajetória de crescimento observada desde 2014.
O maior importador de roupas íntimas é o Paraguai e o de meias são os Estados Unidos.
Com relação às importações, quatro países asiáticos respondem por quase 90% dos valores importados, destacando-se a China com 77,7% da importação.
O consumo aparente de roupas íntimas (produção mais importação, excluindo a exportação) recuou em 2018, atingindo 880 milhões de peças.
“Porém, quanto às meias, houve aumento de 23,1%, entre 2014 e 2018, e chegou a 947 mil peças em 2018, impulsionado pelo disparo das importações no período”, acrescenta Prado.
Para o ano de 2019, segundo as estimativas preliminares, além do crescimento de 0,7% no número de peças na produção de moda íntima e meias, apontam também alta de 7,9% nas importações, queda de (-)6,2% nas exportações e crescimento de 2,2% no consumo aparente.
Exportações estáveis
O comércio internacional (exportações) de roupas íntimas e meias alcançou a soma de US$ 38,6 bilhões em 2018, o que representa um crescimento de 4,7% em relação aos valores de 2017.
Analisando o período todo (2014 a 2018), a expansão foi de apenas 0,7%. Apesar da queda acumulada, entre 2014 a 2016 no valor de 6,6%, devido a reduções nas exportações em países relevantes, houve recuperação entre 2016 e 2018, com alta de 7,8%.
“Em termos percentuais, nos últimos dez anos, praticamente a participação de roupas íntimas e de meias no comércio internacional ficou estável, com as roupas íntimas, respondendo por 2/3 das exportações e as meias, por 1/3 do total das exportações mundiais”, analisa Prado.
Microempresas produzem mais
Na análise dos dados das unidades produtoras de roupas íntimas e de meias verifica-se que as microempresas (de 5 a 19 empregados) produtoras de roupas íntimas e meias representaram 68,5% do total.
As pequenas empresas (20 a 99 empregados) somaram 27,8%, as médias (100 a 499 empregados) e as grandes empresas (acima de 500 empregados) participaram juntas, com 3,7%.
O maior número de empresas do segmento de roupas íntimas (54%) concentrou-se na região Sudeste, seguida da região Nordeste com 20%, região Sul com 17%, e região Centro-Oeste com 8%. A região Norte ficou com aproximadamente 1%.
Unidades produtoras de roupas íntimas e meias por região
A região Nordeste apresentou o segundo maior contingente de trabalhadores nesse segmento (27,2%), ficando a região Sul com 12,8%.
Nas regiões Centro-Oeste e Norte foram alocados 4,6% dos empregos ofertados pelos produtores de roupas íntimas e meias.
Canais de distribuição da produção de moda íntima
Em termos de valores em reais, a distribuição da produção é próxima ao de volumes. Porém, com todos os canais apresentando crescimento ao longo do período.
A proporção do varejo especializado no total é de cerca de 60% ao longo de todo período, atingindo a 59,8% de participação, em 2018, sendo que em 2014 correspondia a 62,7%.
“Os setores de moda íntima e meias acabam refletindo muitas relações que o setor de vestuário em geral estabelece com as condições da economia no geral. Os setores acabam sendo influenciados fortemente por variáveis que envolvem o consumo, a situação da atividade econômica e os custos cambiais”, conclui Prado.
Sobre o IEMI
O IEMI – Inteligência de Mercado foi criado em 1985 para atender a crescente demanda por dados numéricos e comportamentais relativos aos mercados das empresas e entidades de todos os tamanhos, bem como ajudar a sustentar o planejamento de suas ações.
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