Sites de relacionamento: cinquentões já são a maioria

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Sites de relacionamento: cinquentões já são a maioria

Segundo pesquisa de empresa que atua no setor, usuários entre 50 e 59 anos representam 35% do total que procuram sites de relacionamento. Psicóloga aponta que público maduro escolhe canais digitais pela conveniência e facilidade de encontrar o par desejado  

O interesse de pessoas na faixa dos 50 anos por sites e aplicativos de encontro cresceu muito nos últimos anos no Brasil, pela facilidade de encontrar alguém com as mesmas afinidades e conhecer pessoas sem ter de sair de casa e se expor, por exemplo.

Segundo pesquisa do Match Group LatAm (detentora das marcas ParPerfeito, Divino Amor, G Encontros, SingleParentMeet, OurTime e Femme), realizada em abril de 2018, com 5.200 pessoas de várias idades, a faixa que englobava 50 a 59 anos era a maior: 35%.

O site Our Time, voltado a pessoas acima dos 50, foi o que mais cresceu e respondeu por 20% do faturamento da empresa em 2017. 

Facilidades dos sites de relacionamento

A pesquisa também mostrou que a maioria dos entrevistados (60%) é a favor do uso de sites e apps porque, por meio deles, já se sabe se o outro possui os interesses e características que buscam em alguém antes de marcar um encontro.

Aquele antigo preconceito de conhecer alguém usando esses métodos não existe mais: 83% disseram não ter problema em contar que encontrou alguém pelos canais digitais, enquanto 57% afirmaram conhecer casais que se conheceram e se casaram por meio desses recursos.

“É uma forma mais rápida de conhecer pessoas, mais cômoda que sair, ir a bares ou festas. Tenho visto pessoas nesta faixa etária usando mais o Facebook, que dá a percepção de que quem está lá é conhecido. Pode-se antecipar algo sobre a história de vida do outro: o que faz, se trabalha, se é divorciado, se tem filhos, etc. Além disso, procura-se quem tem amigos em comum, o que dá mais segurança e confiança”, afirma Vânia Calazans, psicóloga clínica da Elo Clínica de Saúde

Vânia diz que o preconceito sobre essa forma de conhecer pessoas é coisa do passado. Para ela, já é uma situação bastante comum, especialmente graças aos jovens, que usam muito os apps.

“Isso ajudou a desconstruir a ideia de ser algo apelativo. Eu conheci histórias de relacionamentos bem-sucedidos que se iniciaram assim. O preconceito diminuiu até porque, hoje, todos nós usamos muito as redes sociais, e isso se tornou familiar e habitual”.

O site Coroa Metade, criado em 2012, também comprova a preferência do público maduro pela paquera digital. Em dezembro de 2018, o site chegou à marca de 489 mil cadastros e 76 casamentos realizados.

“A idade torna as pessoas mais seletivas. O site é procurado basicamente por homens e mulheres que não têm tempo a perder em encontros sem sentido, mas que ainda acreditam que é possível encontrar sua metade”, conta Airton Gontow, idealizador e diretor da página.

Elas encontraram o amor

A técnica em laboratório Shirlei Aparecida Pires, hoje com 55 anos, entrou no site Coroa Metade em julho de 2013.

“No começo, encarei como brincadeira, não levava fé. Porém, percebi que poderia conhecer alguém para compartilhar os momentos da vida. Procurei concentrar-me nas pessoas maduras como eu, resolvidas e independentes, que buscassem cumplicidade e companheirismo”, conta Shirlei.

Ela chegou a conhecer alguns homens ‘interessantes’, mas apenas um que chamou a atenção dela, pela transparência e clareza de ideias.

“Ele combinava com o que eu queria e, além disso, morava no bairro em que nasci e minha mãe vive até hoje: Pirituba. Conversamos muito pelo chat do site, até que passamos para o telefone e, mais tarde, marcamos um encontro, em um lugar público. Quase deu tudo errado. Eu me atrasei e, veja só, meu telefone estava sem sinal. Não sei como, mas consegui identificá-lo. Cheguei até ele e, com uma mistura de expectativa e dúvida, perguntei: ‘Paulo!?’. E, assim, tudo começou”, afirma. Hoje, ela e Paulo Sérgio Calábria, 56 anos, moram juntos.

Já a consultora financeira Daniela Fabbrocini, de 52 anos, conheceu o namorado, Adriano, também com 52, no Happn.

Ela se cadastrou no aplicativo em janeiro de 2018 e, em agosto, conheceu o atual companheiro. “Eu estava no Rio num congresso e resolvi ativar o aplicativo para ver se tinha alguém na mesma região. Gostei do que ele falou no seu perfil e começamos a conversar, mas não nos encontramos de primeira. Voltei pra São Paulo e passamos a nos falar durante horas quase todos os dias. Até que nos encontramos e, em agosto de 2018, começamos a namorar”.

Daniela conta que também já fez uso de outros dois aplicativos de paquera, mas acha que é exceção entre pessoas da sua idade.

“A maioria das minhas amigas tem muito preconceito com aplicativos. Depois que percebem que é possível conhecer pessoas legais, pra namorar, começam a mudar de ideia”. 

Veja dicas de postura e segurança para usar sites ou apps de encontro

 – Coloque fotos e preencha tudo, inclusive sobre quem procura.

– Seja verdadeiro em seu perfil.

– Escolha fotos que mostrem os melhores ângulos, mas nunca, em hipótese alguma, antigas que não mostrem como você é hoje;

– Atenção aos detalhes: se a pessoa interessada por você perguntar três vezes, ainda que em dias diferentes, qual sua profissão ou quantos filhos você tem, é um forte indício de que está flertando ao mesmo tempo com várias pessoas;

– Primeiro encontro: sempre em um lugar público. Não marque na sua casa e também não deixe a pessoa buscá-lo. Peça para alguém telefonar para você, e responda algo do tipo: “cheguei, sim, está tudo bem, estou em tal lugar…”, para deixar claro que sabem que você foi encontrar uma pessoa que conheceu no site. Na hora de voltar, por mais simpática e atraente que a pessoa seja, retorne também por conta própria;

– Existem normas de segurança. Uma é fundamental: nunca, em hipótese alguma, envie dinheiro para a pessoa de quem você está se aproximando. E denuncie aos organizadores do site se alguém pedir dinheiro para você ou mesmo se tiver atitudes inconvenientes;

– Não mande fotos comprometedoras nem se exponha em vídeos. Essas imagens podem ser mais tarde utilizadas para extorsão.

Relações Públicas, atuante em assessoria de imprensa e gestão de conteúdo para internet. Pós graduada em Educação Sexual pelo ISEXP – Instituto Brasileiro de Sexualidade e Medicina Psicossomática da Faculdade de Medicina do ABC, atendeu a várias empresas e profissionais do ramo erótico de 2002 até atualidade, estando inclusive a frente da sala de imprensa da Erótika Fair de 2002 a 2010. Também é certificada em Inbound Marketing pelo HubSopt Academy.

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