Mariana Xavier, a atriz, e seu sextoy na guerra ao tabu

Mariana Xavier, a atriz, e seu sextoy na guerra ao tabu

Imagina criar um produto feito para empoderar mulheres, celebrar o prazer feminino e ajudar cada uma a ser dona do próprio corpo, mas esbarrar em algoritmos e regras de plataformas que parecem dizer “aqui não”? Essa é a batalha que Mariana Xavier, de 45 anos, está travando. Durante a Rio Innovation Week, no dia 13 de agosto, a atriz abriu o coração sobre as dificuldades de divulgar seu sugador de clitóris, um sex toy criado para levar o prazer feminino a outro patamar. Como alguém que vê essa mesma realidade nas redes sociais todos os dias, sei exatamente do que ela tá falando – e vou te contar como essa luta reflete o que tantas de nós enfrentamos.

A internet é democrática? Só na teoria!

Na Rio Innovation Week, Mariana jogou luz sobre a tal “democracia na internet” – que, vamos combinar, tá mais pra fachada. Ela apontou o que a gente sente na pele: os algoritmos favorecem certos corpos e perfis, quase sempre masculinos ou mais “aceitáveis” pela sociedade. “Quero que as mulheres gozem, que sejam donas dos seus corpos, do seu prazer”, desabafou ela, com a força de quem acredita na potência dessa missão. Mas, pra fazer esse conteúdo chegar às pessoas, ela precisa usar eufemismos como “dispositivo tecnológico para bem-estar íntimo”. Parece piada, mas é o que vivemos todos os dias nas redes sociais, que muitas vezes inibem a educação e o prazer sexual sadio, como bem retratou Tati Presser em recente texto aqui.

Mariana destacou que conteúdos sobre Viagra ou disfunção erétil circulam sem problema, enquanto falar de prazer feminino é barrado. “É muito louco ver que determinados tipos de conteúdo têm absurdos sem censura, continuam monetizando, mas quando é sobre prazer feminino, o algoritmo não funciona do mesmo jeito”, criticou. Quem nunca teve um post bloqueado ou o alcance reduzido por falar de sexualidade feminina? É como se a internet tivesse dois pesos e duas medidas, e a gente tá sempre no lado que leva shadowban.

Derrubando os tabus, um post de cada vez

MARIANA-XAIVER-SEXTOY Mariana Xavier, a atriz, e seu sextoy na guerra ao tabu
Mariana Xavier, em imagem do seu site Mundo Mariana Xavier

O que Mariana tá enfrentando vai além de vender um sex toy – é sobre o direito de falarmos abertamente sobre nossos corpos e desejos. Ela lançou o sugador de clitóris pra ajudar mulheres a se conectarem com sua sexualidade, sem vergonha ou culpa. Mas, pra isso, precisa driblar barreiras digitais que silenciam vozes femininas. “A gente tem que disfarçar”, ela disse, e isso é um reflexo do quanto ainda precisamos lutar pra normalizar o prazer. E o que eu achei mais incrível foi ela criar, no Mundo Mariana Xavier, um espaço autêntico e acolhedor para vender o sugador e, acredito, em breve outras coisinhas que vão fortalecer ainda mais essa conexão com a autoestima, a liberdade e o prazer feminino. Esse é um ambiente que não só oferece produtos, mas também promove diálogo e empoderamento, como ela mesma define: um lugar onde “autoestima, liberdade e prazer são protagonistas”.

Essa censura velada nas redes é nossa realidade diária. Tentar falar de prazer feminino, autocuidado ou saúde sexual é como jogar um jogo onde as regras mudam só pra gente. Enquanto conteúdos problemáticos ou que reforçam estereótipos rodam soltos, nossos posts sobre algo tão natural quanto o prazer são limitados. Mariana colocou o dedo na ferida ao questionar por que falar de disfunção erétil é liberado, mas prazer feminino é tabu. É uma desigualdade que a gente vive na prática, todo santo dia.

Por que isso importa tanto?

Mariana Xavier tá abrindo portas – e não é só sobre um produto. É sobre criar um espaço onde mulheres possam explorar sua sexualidade livremente, sem medo de julgamentos ou censura. O sugador de clitóris que ela lançou é um convite pra cada uma se sentir protagonista do próprio prazer. Mas, pra essa mensagem chegar ao público, ela enfrenta os mesmos perrengues que muitas de nós: regras rígidas, algoritmos seletivos e uma sociedade que ainda vê o prazer feminino como algo “proibido”.

Na Rio Innovation Week, ela deixou uma provocação que ressoa em todas nós: por que a internet trata homens e mulheres de forma tão diferente? Por que falar de um produto pra prazer masculino é tranquilo, mas pra prazer feminino é um problema? Essa é uma conversa que precisa sair dos eventos e invadir nossas timelines, grupos de amigas e rodas de conversa.

É só o começo

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O dia chegará em que o prazer feminino será tratado com a naturalidade que merece, mas o que Mariana Xavier tá fazendo é dando um pontapé no traseiro de muita gente. Não tem como não mostrar pra vocês o sugador dessa querida, que tá enfileirada conosco nessa luta, usando seu talento e voz pelo direito ao prazer feminino. Com o Mundo Mariana Xavier, ela tá construindo um espaço de liberdade, onde o prazer é celebrado sem amarras, e onde cada mulher pode descobrir seu próprio universo de autoestima e empoderamento. Então, bora apoiar essa revolução, compartilhar essas ideias e fazer o prazer feminino ecoar alto, sem filtros, sem censura, sem vergonha!

Publicitária, Consultora e expert em Mercado Erótico, Escritora e empresária. Atua no Mercado Erótico Brasileiro desde o ano 2000. Autora de 28 livros de negócios e sobre produtos eróticos para os consumidores. De 2010 a 2017, presidiu a ABEME – Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico. Citada em mais de 100 teses universitárias e livros de sexualidade sobre o tema. Desenvolve e projeta produtos eróticos e cosméticos sensuais para os maiores players do setor. Criadora do primeiro seminário de palestras para empresários do mercado erótico em 2006. Apoiadora e partícipe dos mais importantes eventos eróticos do mundo. Também idealizadora do Prêmio Melhores do Mercado Erótico e Sensual que, desde 2016, anualmente elege as melhores empresas, as inovações, os produtos mais queridos e desejados e as ações que estimularam o desenvolvimento do setor. É fundadora e co-autora do site MercadoErótico.Org.

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