Especialistas em cenários futuros da Lelo mostram em um novo relatório uma visão de como a tecnologia poderá remodelar a maneira como nos conectamos, vivenciamos a intimidade e encontramos prazer.
À medida que nos aproximamos de 2025, é difícil não olhar para trás e refletir sobre o quão radicalmente as coisas mudaram em um curto período. Vinte e cinco anos atrás, o mundo era completamente diferente do que é hoje – temíamos que um atalho na programação de computadores pudesse causar um grande caos no início de 2000.
O mundo mudou menos significativamente dos anos 1950 até o final do milênio do que mudou desde 2000 até hoje. As últimas duas décadas foram marcadas por um progresso e inovação incríveis, e isso nem sempre é fácil de assimilar.
Quando o seu negócio é produzir tecnologia, é uma regra fazer projeções do futuro. Primeiro porque você precisa estar atento ao desenvolvimento viável de novas tecnologias, segundo precisa saber exatamente se elas serão úteis para maior parte da população mundial para escalar a venda de seus lançamentos e terceiro se essas inovações serão éticas para a sociedade.
Por isso, a Lelo, marca mundial pioneira em desenvolvimento de produtos de alta tecnologia para o prazer e bem estar sexual, está sempre investigando as tendências do futuro. E em maio desse ano, lançou o relatório “Uma visão futurista sobre o futuro do amor, sexo e relacionamentos: Relatório LELO sobre tendências nas décadas seguintes”.
Fruto de um estudo do futurista Tom Cheesewright com observações da especialista em sexualidade e terapeuta certificada da LELO, Kate Moyle o documento de 15 páginas faz algumas previsões sobre o futuro do sexo e dos relacionamentos para daqui há 50 anos.
Para criar este relatório, Cheesewright usou “Scenario Planning” — uma metodologia onde tendências atuais são identificadas e projetadas para o futuro, tipicamente em um longo horizonte de tempo (neste caso, 50 anos). Isso estabelece um “cenário de linha de base” onde essas tendências continuam, embora não necessariamente no mesmo ritmo ou intensidade.
Em seguida, ele pegou esse cenário base e o direcionou em três diferentes direções para ver como o sexo poderia parecer sob esses cenários:
Digital Sem Limites: um mundo onde os seres humanos passam 10 horas por dia em “realidade mista”, onde avatares de IA são “quase indistinguíveis” de seus amigos e familiares. Embora isso ofereça novas maneiras de experimentar “conexão”, levanta preocupações sobre solidão, isolamento e o potencial para RPG de fantasia extrema.
Foco Natural: diante desse cenário, pode ser que também haja uma reação contra a tecnologia que leva a um foco renovado em relacionamentos reais e de carne e osso — onde a empatia, a autenticidade e os produtos artesanais personalizados são mais valorizados.
Tradicionalismo ressurgente: considera um futuro onde ansiedades sociais e mudanças políticas levam a um retorno aos papéis de gênero tradicionais e estruturas de relacionamento. Isso pode se manifestar como uma “falsa nostalgia” pelo passado, com incentivos governamentais encorajando as pessoas a se comprometerem com relacionamentos monogâmicos de longo prazo e a começarem famílias, para restaurar as taxas de natalidade em declínio.
“Tentei imaginar a resposta às perguntas que me foram feitas pela LELO nesses [três] cenários e, então, agreguei as respostas para tentar encontrar algumas probabilidades que fossem mais interessantes de explorar”, explica Cheesewright.
O que o futuro reserva para sexo e relacionamentos?
Prazer mais seguro e saudável
Como o próprio Cheesewright afirma no relatório, o bem-estar sexual será a base de onde todas as futuras tendências sexuais surgirão. Portanto, a sexualidade colherá sempre bons frutos das descobertas científicas sobre a saúde e o corpo humano. Nos próximos 50 anos, a humanidade saberá novas maneiras de estímulos sensoriais, novas compreensões de como o prazer é comunicado através de nossos corpos e cérebros, e novas formas de aprimorá-lo e prolongá-lo.
Mais sexo recreativo e tardio, porém de qualidade e menos quantidade
De acordo com o relatório (página seis), a geração sexualmente ativa mais jovem de hoje está fazendo menos sexo e tendo menos parceiros. Mas Cheesewright e LELO preveem que daqui há 50 anos, as pessoas podem se permitir mais ao sexo recretativo, inclusive com um maior distanciamento entre sexo e compromisso, quando estiverem já na faixa dos 30 e até mais velhas.
Essa mudança é atribuída a uma tendência de “adolescência estendida”, onde marcos como casamento e paternidade estão acontecendo mais tarde na vida. Uma combinação de fatores, incluindo uma geração mais jovem mais preocupada com a saúde, incerteza econômica (particularmente a incapacidade de comprar casas e começar famílias) e uma baixa tolerância ao risco, significa que muitas pessoas poderão usar seus melhores anos em coisas mais práticas do que o sexo e relacionamentos.
Por isso, os especialistas acreditam que possa haver um lado positivo potencial nessa tendência: isso poderá levar as pessoas a valorizarem mais o sexo quando ele acontece.
Mais sexo virtual e experiências imersivas
Sabe aquelas brincadeiras com fantasias de enfermeira ou bombeiro de hoje ? Segundo o relatório elas poderão ser vivenciadas em uma “realidade mista”. Ou seja: à medida que a tecnologia avança e se integra em nossas vidas, avatares projetados por IA diretamente em nossos arredores por meio de óculos ou lentes inteligentes, criarão uma experiência totalmente imersiva com possibilidades ilimitadas de conteúdo sexual (então, considere como personagens os tão sonhados alienígenas e elfos!). Permitindo inclusive remodelar ambientes e até mesmo os parceiros. Cheesewright explica: “Podemos construir personagens em torno de brinquedos, robôs e IAs. Haverá muita tentação.”
Brinquedos Eróticos Mais Inteligentes e Amigáveis
Com a pesquisa constante atual em torno dos materiais, os autores do relatório acreditam que a compreensão das menores moléculas da matéria está permitindo propriedades incríveis, não apenas aparência e sensação, mas também capacidade de mover-se, mudar de forma e armazenar energia.
Isso cria possibilidades infinitas para futuros brinquedos eróticos que aproveitarão nosso crescente entendimento do prazer humano. Eles serão mais amigáveis com o corpo humano, movendo-se de maneiras mais orgânicas e serão mais autônomos em recargas de bateria.
Também serão cada vez mais conectados com ambientes de fantasia da realidade mista, com reações que façam sentido no contexto da história, oferecendo sensações alinhadas com as ações dos personagens reais ou virtuais com quem estamos interagindo.
Eles se moverão da maneira certa, reagirão com o movimento e a força adequados, e sincronizarão seu aumento com o arco narrativo.
Além disso, uma gama mais ampla de produtos e mais adaptabilidade para pessoas com deficiências se tornará cada vez mais importante, à medida que a inovação dentro do espaço visa resolver as lacunas onde atualmente existem brinquedos projetados para aumentar a sensualidade e a inclusão.
Também é provável que vejamos ainda mais desenvolvimento de brinquedos sem funcionalidades específicas de gênero, que podem ser usados por todos os corpos e experiências.
Mais Educação Sexual e Menos Tabus
Dito isso, muitos leitores poderão pensar que as pessoas poderão se isolar em torno nos brinquedos e realidade virtual e se afastarem dos relacionamentos reais de carne e osso. Mas Kate Moyle, acredita que a tecnologia pode ajudar nas conexões sexuais e afetivas em ocasiões onde elas encontram desafios, como é o caso da falta do diálogo no casal, além de uma maior normalização em torno da sexualidade, abrindo as portas para uma educação sexual mais abrangente.
Como tudo hoje está em nosso celular, o sexo também estará e poderá se transformar em uma experiência de conexão virtual porém talvez até mais profunda do que a presencial. “O uso de VR permitirá que as pessoas se envolvam em sexo de maneiras diferentes, criando novos ambientes e contextos que podem ajudar a facilitar uma mudança de mentalidade em direção a mais desejo e ajudar as pessoas a criar ambientes que promovam e acionem o desejo”, explica.
A tecnologia nunca será capaz de substituir completamente a conexão humana. No entanto, novas tecnologias podem promover uma maior inclusão e apoiar o direito humano de expressar e desfrutar da sexualidade com segurança, além de ter a escolha de viver uma vida com prazer. Isso significa que a tecnologia desestigmatizará ainda mais o sexo para grupos adicionais de pessoas, como a população mais velha ou pessoas com deficiências e disfunções específicas.
“A LELO acredita firmemente que, nos anos vindouros, o sexo se tornará mais uma experiência e uma jornada, em vez de apenas “satisfazer uma necessidade”. E a tecnologia está aqui para aprimorar essa jornada” finaliza Kate.
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