É importante se atentar à saúde mental e entender a como o sexo deve ser tratado nessa faixa etária
De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% frente a 2010, quando ocorreu o último Censo, o equivalente a 7,4% da população. Esses dados revelam que a expectativa de vida aumentou, e, consequentemente, as pessoas estão mais ativas. Apesar do número de idosos ter aumentado, ainda existem assuntos delicados a serem abordados nesta faixa etária.
Se por um lado, falar sobre sexo na juventude acompanha uma série de tabus, por outro, na terceira idade, é um assunto ainda mais delicado. Mas isso não interfere na libido e no prazer. O sexo ajuda na autoestima, e na confiança para o público mais velho, e isentar-se disso pode prejudicar até mesmo a saúde, ora mental, ora física, como garante a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. “Podem e devem namorar, mesmo que estejam viúvos. Isso porque não existe o momento certo de conhecer alguém especial e viver a dois. Ainda que os hormônios tenham alterações depois da menopausa e andropausa, a sexualidade não deixa de existir e deve ser vista sem preconceitos”, é o que explica a psicóloga e sexóloga Priscilla Souza.
Alguns problemas surgem como os de ereção e diminuição do volume ejaculatório. Para as mulheres, há o ressecamento vaginal, perda de libido e mudanças no assoalho pélvico, musculatura que fica na região pélvica. Além disso, a disposição não é a mesma, o que acaba por exigir mais das pessoas acima de 60 anos.
Por isso, se atentar à alimentação, atividades físicas e sono de qualidade também podem ajudar em um envelhecimento mais saudável, além disso, as mudanças podem aparecer no desejo e melhora do desempenho sexual. A atividade física auxilia na melhoria do fluxo sanguíneo do organismo para os órgãos genitais, além de deixar o corpo mais preparado para o esforço físico da relação.
Além disso, por conta do envelhecimento, são comuns algumas dificuldades físicas tanto por parte dos homens quanto das mulheres, por isso, a estimulação do corpo como um todo é importante. Nesta faixa etária, é necessário entender mais do que nunca que o sexo pode ir além de penetração. Sobre isso, a especialista afirma: “A vida sexual ativa melhora a saúde física e mental e mesmo que a pessoa esteja viúva ou sem um companheiro, a masturbação é recomendada”.
O estigma existente na auto estimulação com “sex toys” é grande no sexo feminino. Para as mulheres da terceira idade, a ideia é quase impossível. No entanto, existem brinquedos sexuais excelentes e facilitadores para pessoas com mobilidade reduzida. “Existe muito preconceito em relação a brinquedos eróticos, no entanto eles podem ser um bom ajudante no autoconhecimento, já que as sensações são diferentes e despertadas em lugares distintos” – completa a psicóloga.
55% dos brasileiros acima de 50 anos dizem que as marcas não se relacionam com eles.
Em um cenário em que mais da metade dos brasileiros com mais de 50 anos sente que as marcas e as empresas falham em se comunicar com eles, o conceito de “Miopia de Marketing”, introduzido por Theodore Levitt em 1960, nunca foi tão relevante. O estudo Tsunami Prateado ressalta que 55% deste público maduro acredita que há uma desconexão significativa entre eles e as marcas.
Este dado alarmante destaca a necessidade crítica de uma revisão nas estratégias de marketing, visando uma maior empatia e entendimento das necessidades e desejos dos consumidores maduros. Entender onde esses consumidores se encontram e como eles desejam interagir são passos fundamentais para as marcas que desejam alcançar sucesso comercial e construir relacionamentos duradouros com um dos segmentos mais influentes da economia.
Um levantamento conduzido pela MV Marketing – primeira agência digital especializada no público maduro – aponta que 25% dos profissionais que acessam os conteúdos de Letramento em Longevidade são CEOs, presidentes e fundadores; 12% são diretores; e 11% são gerentes, sendo a maioria composta por mulheres (66%).
Camilla Alves, cofundadora da MV Marketing, comenta: “o interesse da alta liderança feminina no tema é um sinal de que as empresas estão começando a reagir e entender a relevância desse público, que, no Brasil, já representa 25% da população. Esperamos que, em breve, os times de marketing descubram o potencial do consumidor maduro e o incluam em suas estratégias de marketing”.
Os cinco setores com maior incidência de interesse na temática são:
- saúde e bem-estar
- consultoria
- comunicação e marketing
- financeiro
- educação
“A inclusão etária é um imperativo para as empresas diante do cenário demográfico que se apresenta no Brasil. A análise mostra, ainda, que a alta liderança, com predominância feminina, está mais sensível não apenas por estar etariamente mais próxima dos 50+, mas por compreender que falar corretamente com esse consumidor maduro é estratégico para os negócios. E não estou falando somente daqueles que têm produtos alinhados diretamente com esse cliente. No presente e em breve, todos os executivos terão que ser letrados em longevidade”, afirma Bete Marin, publicitária especialista em Gerontologia e cofundadora da MV Marketing.
Na análise de Bete Marin, o interesse da alta liderança no tema é bastante positivo, porque esse profissional pode criar uma onda de disseminação de informações e dados qualificados sobre a Economia Prateada. Esse tipo de conhecimento tem impacto direto na visão de futuro dos negócios.
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